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A mostrar mensagens de maio, 2022

Cadernos da Água, de João Reis

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  «Mesmo quando há confusão e interesse e curiosidade, as pessoas fogem ou viram a cara. Faço o mesmo. Há que aceitar e tentar sobreviver, ou desistir e morrer. Eu cá nunca soube morrer.» Século XXI, Suécia, aeroporto, campo de refugiados. Estamos perante o retrato de um quotidiano distópico, relatado pela voz de Sara (uma mulher portuguesa), ou melhor, através das suas palavras, registadas num caderno. O destinatário é apenas um: o marido, Emanuel, que ficou para trás, separando-se da mulher e da filha (Mariana), permanecendo numa pátria que perdeu o seu nome, num país que deixou de existir. Guerras Meridionais da Água. Primeiro e Segundo Eventos. A intervenção de paramilitares sem escrúpulos. São as consequências das alterações climáticas: a água escasseia e é morna; o clima, seco. Centenas de milhares de vítimas na Europa, Médio Oriente e Norte de África — o surgimento de um vírus pandémico. Os conflitos sociais, que culminam na ascensão de políticas de extrema-direita. Uma na