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A mostrar mensagens de setembro, 2021

A Praia de Noite, de Elena Ferrante

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  Como fã assumida da escrita de Elena Ferrante, e depois de ter adquirido todos os livros publicados em Portugal pela autora, eis que chegou a vez de ler «A Praia de Noite», um livro destinado ao público mais novo e que é acompanhado por ilustrações belíssimas de Mara Cerri. Mati é uma menina de cinco anos que possui uma boneca chamada Celina. Numa das suas idas à praia, Mati recebe de presente do pai um gato preto e branco — o Minú. Entusiasmada com o seu novo amigo, Mati, ao sair da praia, esquece-se da sua boneca, que fica enterrada na areia. Sentindo-se perdida, abandonada e com medo, é pela voz de Celina que iremos conhecer os desafios que terá de enfrentar. O fogo e o mar são apenas alguns dos obstáculos com que a boneca será confrontada. Mas para quem já está assustado/a, descansem: o final é feliz, pois este é um livro (supostamente) escrito para crianças. Trata-se de um conto sombrio, contado em jeito de pesadelo, cujo registo a que Ferrante habituou os leitores mantém-

Suspense ou a Arte da Ficção, de Patricia Highsmith

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  «Esta obra não consiste num manual de instruções. Explicar como se escreve um livro bem-sucedido — ou seja, bom de ler — é impossível. Mas é isso que torna a escrita uma profissão viva e empolgante, a omnipresente possibilidade de fracasso.» Foi na adolescência, por volta dos meus quinze, dezasseis anos, que conheci a escrita de Patricia Highsmith através dos livros «O Talentoso Mr. Ripley» e o «Amigo Americano (Ripley’s game na versão original). Posso dizer-vos, com segurança, que Tom Ripley é daqueles anti-heróis que dificilmente se esquece, tal é a qualidade na construção desta personagem. Sendo eu uma curiosa pelo ofício da escrita, procurei neste ensaio saber e, em muitos casos, confirmar, aquelas que são as principais dicas/diretrizes a reter para quem ambiciona escrever ficção. Tratando-se de um livro escrito no século XX, na década de sessenta, é curioso como muito do que a autora partilha com o(a) leitor(a) se mantém atual. A título de exemplo, na ótica de Highsmith, e

O Homem Que Plantava Árvores, de Jean Giono

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  «Quando pensamos que tudo aquilo brotara das mãos e da alma deste homem — sem quaisquer meios técnicos — compreendemos que os homens podem ser tão eficazes como Deus noutras áreas para além da destruição.» Contada na primeira pessoa, o narrador trava conhecimento com um pastor solitário residente nos Alpes franceses, Elzéard Bouffier, que se dedicava a separar bolotas e a utilizá-las para plantar carvalhos, bétulas, áceres, faias, e assim promover a reflorestação de uma zona árida e inóspita daquela região. Trata-se de um conto alegórico inspirado em factos reais e escrito no início da segunda metade do século XX por Jean Giono, um visionário, amante e defensor de causas ambientais. Um livro de poucas páginas, com uma premissa simples, que carrega uma mensagem forte: a mudança, por mais pequena que seja, está ao alcance de todos/as e cada um/a pode contribuir para retardar, pelo menos, o avanço do agravamento das alterações climáticas e do impacto que estas vão e já estão a provocar