O Tesouro, de Selma Lagerlöf
SOBRE A ARTE DE CONTAR UMA HISTÓRIA, COM UMA MORAL E UM DILEMA BEM DEFINIDOS
O mais duro destino para alguém a quem roubaram a vida é, pois, o não poder descansar em paz por ter de perseguir o seu assassino. Os mortos nada mais têm por que lutar do que pela possibilidade de descanso e de paz. (p. 62)
Quando soube que a @penguinlivros reeditara um dos livros da escritora sueca Selma Lagerlöf, a primeira mulher a ganhar, em 1909, o Prémio Nobel da Literatura, decidi pedir um exemplar de #oferta, a fim de conhecer a escrita desta autora.
«O Tesouro» conta-nos, por meio de uma breve narrativa redigida numa linguagem simples e em menos de cem páginas, a história de um crime ocorrido no presbitério de Solberga, em plena Suécia do século XVI; tinham assassinado todos os que ali residiam, com exceção da jovem Elsalill, a única sobrevivente, que desejava vingar, sobretudo, a sua irmã adotiva. Em Marstrand, o mar havia congelado, aprisionando as tripulações e os habitantes daquela cidade. É neste contexto que surge Torarin, um pobre peixeiro sempre bem acolhido por Herr Arne, o padre abastado e proprietário de uma arca agora roubada pelos seus assassinos.
As descrições cinematográficas de Selma Lagerlöf, mesmo recorrendo a elementos do fantástico e da literatura gótica, permitem a quem lê esta história embalar-se facilmente no enredo e no âmago das personagens, assumindo, cada uma, um papel específico na narrativa. É através da relação de amor-ódio que une Elsalill e Sir Archie, ambas personagens que encerram sobre si várias camadas, que descobrimos os seus dilemas e tormentos.
O desfecho caracteriza com eficácia a moral desta narrativa: a cena descrita determinou a escolha musical para ilustrar esta opinião. 😊
Despertei a tua curiosidade para mergulhares nesta leitura?
Susana Barão
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